terça-feira, 23 de agosto de 2011

A polêmica da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Morte

O projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em uma região conhecida como Volta Grande do Rio Xingú, no Pará esta no papel a praticamente 30 anos, e em 2010/2011 quando voltou a pauta governamental foi conteúdo de grandes dúvidas e discussões.
Esta hidrelétrica, se construída seria a 3º maior usina do mundo, atrás apenas de Três Gargantas na China e Itaipu na fronteira do Brasil com o Paraguai, gerando aproximadamente 112/33 megawatts (MW), porém com garantia assegurada de 4.571 MW, em média.
Belo Monte deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras deverão finalizadas em 2019. O custo total da obra deve ser de R$ 19 bilhões, o que torna o empreendimento o segundo mais custoso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), atrás apenas do trem- bala entre São Paulo e Rio, orçado em R$ 34 bilhões.
Porém, as discussões à respeito da usina são diversos, pois o governo afirma que a nova usina, poderá beneficiar 26 milhões de brasileiros, no entanto os critérios argumentam que o impacto ambiental e social na instalação de Belo Monte foi subestimado e apontam para uma suposta ineficiência da hidrelétrica.
Outro empecilho referente à Belo Monte são as tribos indígenas que vivem na região, que alegam que irão perder grande parte de suas terras, pois as mesmas seriam submersas pela barragem ali construída. O ministério do trabalho também faz questão de que as obras fossem adiadas, pois alega que não existe possibilidade de haver condições de trabalho aos funcionários, pois a região em plena selva amazônica é de difícil acesso, e assim se por ventura houver surtos de doenças no local, não há um bom serviço de saída nas proximidades.
Apesar de o IBAMA ter localizado e permitido o inicio das obras da usina, ao que nos parece haverá muitos problemas a serem resolvidos em Belo Monte até que as obras comecem, gerando energia para o Brasil, que atualmente está sedento por energia.
Darlei e Alexandre M2

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Áreas de Proteção permanente

Áreas de Proteção permanente

As Áreas de Proteção Permanente são topos de morros, as matas ciliares e também as encostas bastante íngrimes. Matas ciliares é a vegetação que fica ao longo das margens dos rios, na qual precisa ter, tanto de um lado como de outro, árvores que possam ajudar a proteger essa água. Hoje a área mínima que precisa ter é 30 metros de cada lado. O deputado Aldo Rebelo quer diminuir para 15 metros em rios que tenham uma largura mínima de 5 metros. Ele Alega que tendo 30 metros de área mínima afeta os pequenos produtores que tenham muita pouca área cultivável por ter que manter essa faixa de terra.
 Também querem permitir alguns tipos de plantio em áreas de encostas, como por exemplo, uva e café. Legalizar esses plantios e permitir que haja também outras culturas ali.
Muito pouco se fala sobre o código florestal na área urbana. Hoje em dia há muitos acidentes, pessoas que perdem tudo, até mesmo suas vidas por morarem em áreas de risco. Isto é um problema para a natureza, pode causar poluição das águas, causa desmatamento e também é um risco à saúde e a vida humana, pois muita gente acaba perdendo sua vida em deslizamentos e desmoronamentos.
A mata nativa ajuda a produzir água, qualidade do solo, biodiversidade, polinização, e diversos serviços ambientais que são necessários manter.



Inaiá M2

Reserva Legal

Reserva Legal

A Reserva Legal é a área da propriedade que o proprietário tem obrigação de manter com vegetação/mata nativa. Isto tudo depende do bioma em que esse proprietário esteja. E as porcentagens deixadas, irão depender estritamente deste bioma. Temos alguns exemplos para se ter uma ideia melhor, dessa Reserva Legal e das porcentagens a serem deixadas pelos proprietários sem ocorrer o desmatamento:

 Mata Atlântica: são obrigados a deixar 20% dessa área como Reserva Legal
Amazônia: a Reserva deve ser bem maior, sendo de 80%
Serrados que ficam nos estados da Amazônia: sua Reserva deve ser de 35%
Como um exemplo a ser citado, mais específico: na Amazônia como já fora visto, é obrigatório se ter 80% de mata nativa e sendo assim, restam apenas 20% que podem ser utilizados na plantação ou criação de gado.
Entretanto, há uma grande discussão em cima destas novas regras. E para isto, foi criado o Novo Código Legal, inserido também na Reserva Legal. O que esta sendo proposto é de que cada estado pudesse definir o tamanho desta Reserva. O relator do projeto alega, em relação à proposta do Novo Código Florestal, que os proprietários que tenham uma área de até 4 módulos florestais não necessariamente precisem recuperar a área da Reserva Legal que já tenho sido desmatada anteriormente.
Então, isso está ocorrendo por causa de uma quantidade muito grande de proprietários que já não possuem mais uma Reserva Legal, ou também, que já tenham desmatado no passado. Argumentam que se torna muito caro recompor essa mata nativa, pelo mínimo de estrutura a ser formulado, o que demanda recursos.





Júlia M2

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Novo Código Florestal - Contexto Histórico

Grupo 1 - Contexto Histórico
Lucas, Nícolas, Bruno, Leonardo e Antonio.


O Código Florestal Brasileiro
O Código Florestal Brasileiro (lei n°4771) é uma versão que entrou em vigor em 1997. Este código delimita os direitos e deveres atribuídos aos cidadãos que, de alguma forma, se utilizam ou beneficiam-se das terras e florestas existentes no território nacional. É constituído de 50 artigos, dos quais há relevância de se ressaltar e comentar alguns.

Datas

  Primeiro código florestal foi criado em 23 de janeiro de 1934;
  O atual código é de 15 de setembro de 1965;
  2008 começam a discutir sobre o código;
  2010 fica pronto o relatório para reformulação do código.
  Em maio de 2011 foi proposta a votação do novo código, sem apoio de membros da casa.

Principais pontos de intriga

Reserva legal: Porcentagem da propriedade que não pode ser devastada.
Área de preservação permanente: Lugares que não podem ser desmatados, por se tornarem pontos de risco, como margens de rios e topos de morros.

1º – Código Florestal de 1934 (Decreto n°23.793/1934) 
Art. 1° – As florestas existentes no território nacional, consideradas em conjunto, constituem bem de interesse comum a todos os habitantes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que as leis, em geral, e especialmente este Código, estabelecem. 
Preocupação com a exploração desenfreada dos recursos florestais.

“Novo” Código Florestal de 1965 (Lei n° 4.771/1965) VIGENTE 
Art. 1 ° – As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. 
Aprimoramento do Código Florestal de 1934.
Objetivo mais amplo: proteger as florestas, os recursos hídricos, o solo e a estabilidade do relevo, além de garantir reservas para suprimento de madeira.

EFICÁCIA DA LEI 4.771 
O Código Florestal de 1965, inclusas suas complementações, é considerado uma das mais avançadas leis ambientais do mundo. 
Prevê a proteção de grande parte das áreas frágeis (APPs) e a manutenção de remanescentes vegetais (RL) para conservação da biodiversidade e dos recursos naturais. 
Infelizmente, como ocorre com a maior parte das leis no Brasil, o Código Florestal foi ignorado e desrespeitado por décadas… 
Nos últimos anos a lei começou a ser cumprida, pouco a pouco, através de esforços dos órgãos ambientais e o apoio de outras instituições. 
O cenário de degradação atual ainda é muito grave, com consequências negativas para todos.

            Fontes:


terça-feira, 22 de março de 2011

Erupções solares

Erupções solares podem causar vinte vezes mais danos que o furacão Katrina

Os anéis de fogo têm o poder de 100 bombas de hidrogênio, eles podem causar danos econômicos vinte vezes maior do que o furacão Katrina.
Especialistas se reuniram em Washington DC na semana passada para discutir como proteger a Terra das ferozes tempestades espaciais, que são esperados por volta de 2013.
A "conferência de espaço" contou com a participação de cientistas, políticos do governo e pesquisadores.
Richard Fisher, chefe da Divisão de Heliofísica da Nasa, explicou: "O Sol está acordando de um sono profundo e nos próximos anos, esperamos ver níveis muito mais elevados de atividade solar, entretanto o nosso sistema tecnológico tem desenvolvido uma sensibilidade sem precedentes para as tempestades solares”.
A NASA está utilizando dezenas de satélites – incluindo o Solar Dynamics Observatory – para estudar a ameaça.

Este gráfico mostra como as chamas solares poderiam pôr em perigo a vida humana, por interferir com os sistemas de alta tecnologia, como satélites e redes de energia
O problema foi investigado em profundidade, há dois anos pela Academia Nacional das Ciências, em um relatório no qual descreveu os impactos sociais e econômicos de eventos em tempos severos do espaço. Ele observou como as pessoas do século 21 dependem de sistemas de alta tecnologia para o básico da vida cotidiana.
Redes inteligentes de energia, navegação GPS, viagens aéreas, serviços financeiros, de comunicações e de rádio podem ser afetadas pela intensa atividade solar. A maior parte do dano poderia ser minimizado se houvesse o conhecimento de datas em que as tempestades se aproximam.
Colocação de satélites em “modo seguro” e desligar os transformadores poderiam protegê-los de eventuais danos elétricos.
Ação preventiva, porém, exige previsão exata – um trabalho que tem sido atribuído à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
"A meteorologia espacial ainda está engatinhando, mas estamos fazendo progressos rápidos”, diz Thomas Bogdan, diretor da NOAA, do Centro de Previsão de Tempo Espacial, em Boulder, Colorado. Bogdan vê a colaboração entre a NASA e a NOAA como chave.

segunda-feira, 14 de março de 2011

AVALIAÇÃO DA GEOGRAFIA - 2011

AVALIAÇÃO 2011

AVALIAÇÃO DO ALUNO: a cada trimestre serão realizadas 2 provas cumulativas (P1 + P2), cada uma valendo 6.5 pontos. No final do trimestre será feita a média aritmética do rendimento obtido nas duas provas, o que corresponderá a 65% da nota final trimestral. Do restante da nota trimestral, 15% será o resultado das avaliações das atividades complementares e 20%, corresponderá ao resultado de Geotestes. As atividades complementares e Geotestes fazem parte da Recuperação Paralela. O resultado das atividades complementares e do Geoteste serão adicionados à média das provas obtendo-se, assim, a média final do trimestre igual a 10,0.

RECUPERAÇÃO PARALELA

Será feita ao longo do processo ensino-aprendizagem, mediante acompanhamento e controle contínuo do aproveitamento do educando, oportunizando atividades complementares como trabalho com mapas, exercícios escritos, resumos de textos, interpretação de textos e outras atividades, Geotestes, revisão de provas, revisão de conteúdos, sempre com esclarecimento de dúvidas. Será considerada também a entrega das tarefas no prazo solicitado pelo professor.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ANÁLISE:MEIO AMBIENTE

ANÁLISE - MEIO AMBIENTE

RETROSPECTIVA - “Chuvas e deslizamentos mudam a geografia da região serrana do Rio de janeiro em janeiro de 2011”

Fazendo uma análise breve e simples poderíamos culpar governos por serem omissos na fiscalização das formas de ocupação e apropriação irregular e predatória da natureza pelo homem que, também, em nome de um desenvolvimento não sustentável polui o ambiente gerando um desequilíbrio do clima global.
O clima em desequilíbrio tem conseqüências e se manifesta de diferentes formas em diferentes espaços geográficos como, estiagens prolongadas como a que ocorreu no Rio Grande do Sul, principalmente na metade sul ou excesso de chuvas no Sudeste do Brasil e na Austrália. Entretanto, o fato natural mais trágico, noticiado e que provocou a maior destruição de todos os tempos ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro com chuvas acompanhadas de deslizamento de lama, com assoreamento de rios e soterramentos num saldo de mais de 800 mortos.
A geomorfologia e forma de ocupação da região contribuiu para a tragédia deixando a imagem de dor,de indignação e de reflexão.Dor, pela solidariedade e pelo sentir-se no lugar das pessoas atingidas. A indignação, no momento, não passou desapercebida. Milhões de brasileiros são obrigados a pagar altos valores para a Receita Federal e no momento da tragédia contata-se que a Defesa Civil deixa a desejar, é impotente e despreparada além da anuência das autoridades competentes para com o crescimento urbano anômalo.
O fato trágico remete à reflexão sobre o modelo capitalista onde predomina a “lei da oferta e da procura”,no qual, o poder hegemônico se apropria dos meios de comunicação de ponta para, através da mídia, promover uma sociedade consumista e um crescimento econômico a qualquer preço.
Pergunto:
1) Como o homem, ao longo da história, vem se apropriando da natureza?
2) Como está ocorrendo o crescimento urbano? Existe ou não Plano Piloto? Para que serve então?
3) Será que há tanta necessidade de urbanizar morros, encostas e várzeas inundáveis?
4) Tormentas, chuvas duradouras seriam a conseqüência de uma atmosfera superaquecida pela emissão de gases de efeito estufa?
5) Que Planeta estamos preparando para as futuras gerações? Um Planeta exaurido? Dá para imaginar?
6) Estamos comprometidos com a causa sócio-ambiental? De que forma?
A tragédia mudou a geografia da região. Qual é tua opinião?


GLOSSÁRIO
1) Defesa Civil
No Brasil, é o conjunto de ações preventivas, assistenciais, reconstrutivas, de socorro com o objetivo de evitar ou prevenir ou minimizar os desastres, preservando o moral da população e restabelecer a normalidade social.
2) Estado de Direito
Significa que nenhum presidente ou cidadão comum, está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão, eles próprios, sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.O Estado de Direito expressa a vontade do povo.

FORMAS DE GOVERNAR

FORMAS DE GOVERNAR

1) DEMOCRACIA – É uma forma simpática de governar comum no mundo ocidental. Nas democracias a população pode e deve votar para escolher seu representante ou partidos políticos.

2) DEMAGOGIA – É uma de política que consiste em levar o povo a confiar em falsas promessas e situações que na realidade n ao vão ser postas em prática.

3) ANARQUISMO – Forma política de governar que objetiva abolir o capitalismo para que o Estado seja ausente. Defende a liberdade e a ausência de leis.

4) OLIGARQUIA - Forma política de governar utilizada por alguns grupos que dominam a cultura, a política e a sociedade de um país. Dominam todos os setores em prol de seus interesses.

5) MONARQUIA – Forma política que tem o rei ou a rainha como chefe de Estado. O chefe de Estado recebe o cargo por herança, ou seja, é passado de pai para filho. No caso de não haver um herdeiro legítimo é passado para o parente mais próximo.A Monarquia pode ser:
a) Monarquia Absoluta: o rei ou rainha não tem restrições em seus poderes.
b) Monarquia Constitucional: Seus poderes são restritos pela constituição.


6) TIRANIA – Forma de governar adotada por pessoas que não tem limite de poder. Normalmente utilizam-se de ameaças e violências como formas de reprimir a sociedade e fazer com que as imposições sejam aceitas.

7) REPÚBLICA – Forma política que designa um representante para que se eleito pelo povo assuma o mais alto cargo do poder executivo.

8) DITADURA – O governo é comandado por uma pessoa que tem poder absoluto sobre as pessoas no país. Nos tempos modernos, o comando de um ditador não é restrito por leis, constituições ou por qualquer instituição social e política.

A REVOLUÇÃO DOS JASMINS CONTRA AUTOCRACIAS

A REVOLUÇÃO DOS JASMINS CONTRA AS AUTOCRACIAS


O mundo árabe se manifesta...


A Revolução dos Jasmins teve início na Tunísia, governada pelo ditador Zine El Abidine Ben Ali por 23 anos, e serviu de exemplo para os países árabes. Teve início com a morte de um jovem e logo se alastrou e em algumas semanas se estendeu como um rastrilho de pólvora para vários países árabes como Iêmen e, sobretudo, o Egito vivem hoje, revoltas com características revolucionárias. O cientista político, filósofo e presidente do Instituto Magreb-Europa, Sami Naiir, aponta como 1º fator alimentador da revolta o fato de que o medo mudou de campo. É o poder que enfrenta agora um povo que perdeu o medo.

A cultura das democracias ocidentais sempre tratou os países árabes como incapazes de assumir um destino democrático. Este é o discurso depreciativo do capitalismo liderado pelos EUA e UE (União Européia) através da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que apóiam regimes ditatoriais para manter a estabilidade nos países árabes a fim de evitar emigrações e garantir as fontes de recursos petrolíferos. Os EUA e UE estão em sintonia com o discurso dos ditadores árabes que sempre repetiram: “Nossos povos carecem de maturidade política e cultural e, por conseguinte, não podem ter acesso à democracia”. Tunísia, Argélia, Mauritânia, Iêmen, e Egito não só desmentem estes argumentos como também abalam desde a raiz as ditaduras que governam esses países há décadas com mão de ferro e privilégios exorbitantes. Os protagonistas desta onda de aspirações democráticas são a classe média, os setores menos favorecidos e os jovens, que se organizam por meio da internet. Demonstram que não compactuam com autocracias longevas respaldadas historicamente pelo ocidente.

Segundo Sami Naiir, pelo menos no séc. XX, a América Latina foi o laboratório dos povos. A Revolução Russa não pode ser entendida sem a Revolução Mexicana. Os latino-americanos inventaram todas as formas de lutas possíveis e imagináveis. Na América Latina se experimentaram as guerrilhas, as lutas políticas, os despotismos e as ditaduras. A partir dos anos 80 e 90 as ditaduras caíram em quase todos os países da América Latina. Esse movimento contra as ditaduras se estendeu para os países do Leste Europeu a partir de 1989 com a queda do Muro de Berlim. Agora, esse movimento de fundo que se iniciou na América Latina está atingindo todos os países da orla árabe do Mediterrâneo e, mesmo além, na Península Arábica, como está acontecendo no Iêmen.
O problema é que, ao contrário ao que ocorreu na América Latina, o movimento que está acontecendo nos países árabes não tem direção, programa e organização. É espontâneo. Para Sami Naiir, trata-se de um movimento que quer destruir a idéia de que estas sociedades estão condenadas a viver com o perigo extremista e fundamentalista, por um lado, e por outro, com a ditadura, que seria uma suposta garantia necessária contra esse perigo fundamentalista. Agora, está se demonstrando que o problema é muito mais complexo e que estes países não querem experimentar nem o islamismo e nem o fundamentalismo, mas sim que desejam a democracia. Porém, as situações são peculiares. Exemplo: a Tunísia é um país com tradição laica(*) com uma elite muito forte e camadas sociais muito unidas; no Iêmen impera um sistema tribal baseado na dominação despótica de um clã. A única coisa similar entre os dois países é o grau de dominação e a forma de controle apoiada na polícia e no exército.
(*) O laicismo é uma doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado. O Estado laico tem que se assumir neutro, equidistante das diversas opções social e culturalmente possíveis e, designadamente, incompetente em todas a matérias que relevam da crença e/ou da convicção – sempre individual e particular – dos indivíduos que compõem a sociedade que o estabelece e legitima, reconhecendo-lhes e assegurando-lhes, contudo e em toda a sua extensão, o direito de livre e autonomamente se organizarem e afirmarem associativamente pelas diferentes afinidades identitárias que entre si entendam fazer relevar social e culturalmente.

O caso do Egito é muito particular. O Egito provavelmente é o mais antigo Estado de Direito do mundo. O Estado de Direito moderno foi criado por Mohamed Ali (Paxá), no final do séc. XVIII e no início do séc. XIX, ou seja, antes que os europeus soubessem o que era isso. Mas esse Estado foi destroçado pelos ingleses no Séc. XIX.

No Egito o exército desempenha um papel central liderado pelo ditador/ presidente Hosni Mubarack há 43 anos. Quem está sendo chamado a subsituí-lo é seu filho Gamal Mubarack que é um liberal não bem visto pelas forças armadas. Gamal Mubarack não inspira democracia e é temido pela possibilidade de o mesmo implantar um neoliberalismo, que encarna na verdade o domínio pelo governo e elites burocráticas. É o caso da China atual com uma ditadura neocumunista déspota com a prática de um liberalismo selvagem.

Os opositores revolucionários egípcios não querem uma república hereditária onde o pai ditador Hosni Mubarack nomeie seu filho Gamal Mubarack como futuro ditador liberal. Os opositores buscam a democratização da sociedade. Para eles, o filho é como seu pai. Não o querem porque já tem o exemplo da Síria onde o filho substituiu o pai e terminou instaurando um sistema mais ou menos liberal, mas com a mesma ditadura.

Não se sabe se esses movimentos continuarão avançando ou se param por aí. O certo é que as nações do mundo estão percebendo que os poderes podem mudar quando os povos querem mudar suas condições de vida e ousam enfrentar o poder para escolher o seu próprio destino. Querem mudança de regime, o fim da corrupção e da ditadura.

O que está ocorrendo é também uma conseqüência da globalização. A globalização é má socialmente,mas tem algo bom, que é a globalização dos valores democráticos nas sociedades civis.

Fonte: www.planetaosasco.com...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Século XX e a Geografia Atual

O mundo se modificou muito durante o séc. XX. O desenvolvimento de novas ideologias, as duas Guerras Mundiais, o surgimento dos países socialistas, o confronto entre países socialistas e capitalistas, a segunda e a terceira revolução tecnológica foram algumas dessas mudanças. Surgem também, novas correntes de pensamento que procuravam melhor definir a Ciência Geográfica. Vejamos:

a) Max Sorré(1880-1962), francês, desenvolveu a idéia de que a geografia deve estudar as diferentes maneiras com as quais o homem organiza o seu meio. Surge a Ecologia Humana. O desejo de fazer da Geografia, um estudo mais científico, mais aceito como disciplina, levou a adoção da Estatística e da Matemática como recursos de apoio surgindo a Geografia Quantitativa.

b) A segunda metade do séc.XX, foi marcado por revoluções, confrontos, movimentos de libertação, questionamento sobre o sistema mundial de dominação, a gritante desigualdade na distribuição da riqueza pelos países do mundo, grande número de países com grande atraso econômico, países com dominação colonialista ...Yves Lacoste em seu livro “A Geografia – Isso serve, Em Primeiro Lugar para Fazer a Guerra”, critica a Geografia tradicional, dizendo que ela sempre existiu a serviço da dominação d e do poder. Pierre George cria a Geografia Marxista ou Geografia Crítica, com propostas comprometidas com transformações sociais, com as relações entre as sociedades, com o trabalho, com a apropriação dos recursos da natureza, com a produção de espaços diferenciados. A geografia Física passa a ser olhada com os olhos da Geografia Humana. Com Pierre George, A Geografia passa a ter um caráter politizador e de denúncia.

c) Atualmente a Geografia passa por um processo de renovação. Milton Santos propõe a discussão do espaço social, que é histórico, dinâmico e fruto do trabalho e da produção da humanidade. A Geografia estuda o espaço e as relações que nele ocorrem, sendo, portanto, um canal de reflexão para uma ação transformadora, objetivando a construção da cidadania.Sabemos que o espaço geográfico é construído pelo homem com o seu trabalho, porém, não são todos os homens que se beneficiam dos frutos desta construção. Interesses de classe, políticos e econômicos estão presentes, colocando-o a serviço de alguns. Ele propõe a inter-relação entre os elementos socioculturais da paisagem e os elementos físicos e biológicos presentes nela, entendendo a construção do espaço nas diferentes sociedades e as relações entre elas. As relações sociais são o produto histórico que envolve a sociedade, a cultura, a política e a economia.

Podemos concluir que o objeto de estudo da Geografia, durante séculos, anos, décadas foi se transformando de acordo com o conhecimento e as idéias de cada época.

A Geografia Moderna

A partir do séc. XVI, com a formação de novas colônias e com o impulso do comércio colonial, os países europeus substituíram as expedições exploradoras por expedições científicas. Cientistas, naturalistas, botânicos e geógrafos passaram a fazer parte das viagens pra fazer o inventário dos recursos existentes, estudar novas espécies para que elas fossem plantadas e comercializadas.
No séc. XVIII descobrem a Austrália, Nova Zelândia e a Sibéria.
Filósofos como Montesquieu(1689-1755), Kant(1724-1804), Goethe(1749-1832) e Hegel(1770-1831), se preocupam com as questões do espaço com a Geografia Social, buscando a relação entre a humanidade e o meio ambiente. Até então a Geografia seguia duas tendências:
1) confundia os estudos matemáticos sobre a forma e as dimensões da Terra (geodésia), com a Cartografia e com a Astronomia;
2) se preocupava com a descrição de povos, de lugares exóticos, do modo de vida, suas atividades, seus costumes e as relações com os lugares onde viviam. No séc. XIX quase todas as regiões do mundo eram conhecidas o que permitia uma avaliação mais global do planeta. Então, a Geografia passou a se estruturar como ciência deixando de ser meramente descritiva e passando a explicar os fatos ou fenômenos e suas inter-relações. Humboldt via a Geografia com uma ciência de síntese de todos os fenômenos da Terra. Na Alemanha, os cientistas Humboldt (1769-1859) e Ritter (1779-1859), deram à geografia um método de análise tentando estabelecer as relações entre os fenômenos naturais com a ação da humanidade, sistematizando o conhecimento geográfico e estabelecendo leis Então, surge a Geografia Moderna com caráter científico e acadêmico sendo produzida e pensada nas universidades.No séc.XIX, é tempo de inventariar o interior dos continentes, de organizar expedições de conhecimento, de fazer mapas, de explorar novos recursos em novas áreas. A Geografia é reconhecida oficialmente e é ensinada nas Escolas. Surgem então, algumas teorias geográficas. Vamos ver o que cada uma delas defendia
a) A Teoria do Positivismo Geográfico, do filósofo Augusto Comte (1798-1857), defendia a idéia de que a ciência geográfica deveria deixar de se apoiar na especulação da origem dos fenômenos e se apoiar apenas na observação, na experimentação e na comparação dos resultados procurando a causa dos fenômenos e formulando leis.Esta teoria influenciou a Geografia Tradicional. A humanidade é apenas um elemento da paisagem e as relações sociais são pouco valorizadas.
b) A Teoria Evolucionista a partir da evolução das espécies, de suas mudanças e variações com Lamarck (1744-1828) e Darwin (1809-1882). Lamarck,acreditava que as espécies evoluíam pelas alterações ocorridas no corpo, por causa do uso e do desuso dos órgãos como resposta a uma adaptação ao meio ambiente. Essas mudanças seriam transmitidas hereditariamente. Darwin, porém, descreveu a influência do ambiente na evolução das espécies e a adaptação dessas espécies no meio ambiente. Darwin,provou que as mudanças ocorrem pela seleção natural e não pela lei do “uso e desuso”, de Lamack.
c) A Teoria do Determinismo Geográfico, desenvolveu-se na Alemanha com Ratzel (1844-1904), que sustentava que as condições ambientais, em especial o clima são capazes de influenciar o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas. Afirmava que nas áreas de clima temperado a população teria um maior desenvolvimento do que nas áreas tropicais quentes e úmidas. Esta teoria, também, tentava explicar os deslocamentos e as conquistas dos povos. Afirmava que os grupos humanos ao crescer, tendem a alargar os seus territórios, ocupando territórios vizinhos. Reforçou a idéia de supremacia racial e influenciou a expansão nazista alemã. Só para lembrar: o nazismo, política expancionista e totalitária da Alemanha liderada por Adolf Hitler (1938), que defendia a idéia de que o país tinha que conquistar o seu “espaço vital”, ou seja, mercados consumidores e fornecedores de matéria- prima (= commodities).Defendia o direito de o povo alemão conquistar o mundo e criar a “Grande Alemanha”, habitada pela raça ariana considerada por eles como raça superior, justificando dessa maneira a perseguição e o extermínio de judeus. Ratzel deu as bases para a Geografia Humana. Criou e desenvolveu o conceito de “espaço vital” no qual relacionava a população com os recursos do seu território. No caso de os recursos serem insuficientes para a população, o progresso natural seria a apropriação de novos territórios. Na realidade esta teoria justificava a expansão imperialista da época... Mais tarde Ratzel passou a considerar as influências das condições culturais e da história na determinação das sociedades e de suas atividades.
d) Teoria do Possibilismo Geográfico, Vidal de La Blache (1845-1918), que afirmava que as pessoas poderiam atuar no meio, modificando-o e determinando o seu desenvolvimento (o meio natural oferece inúmeras possibilidades e a sua utilização depende do uso e dos costumes diferenciados e do desenvolvimento histórico de cada sociedade. Os modos de produção e o comércio permitiriam contatos e a difusão de técnicas e hábitos).La Blache, valorizou a ação humana e definiu a Geografia como “ciência dos lugares” e não dos homens. Região definida como objeto de estudo da Geografia seria o espaço da Geografia Física (meio natural) e a Geografia Humana (o aproveitamento que o homem faz do meio). Ele enfatizou a ocupação do ambiente natural.
Cada região do planeta possuiria uma história e uma individualidade que a diferenciaria de outras regiões. Surge daí a Geografia Regional subdividida em Geografia Urbana, Geografia Econômica, Geografia Humana, Geografia Agrária, Geografia da Indústria e Comércio.

A Evolução Da Geografia

O hábito do nomadismo levava a população pré-histórica a percorrer grandes distâncias, passando por lugares onde as estações do ano,a vegetação, o relevo e os rios eram diferentes o que permitiu um maior conhecimento da superfície do planeta.

Outros povos antigos como finícios, gregos, assírios e egípcios eram navegadores e comerciantes e, em busca de mais territórios, de mercados passaram a conhecer mais os fenômenos naturais e a dominar caminhos terrestres e marítimos. Então os egípcios criaram a Geodésia pela medição de terras.

Eratóstones (276 a.C -194 a.C.), calculou em 39.350 km a circunferência da Terra e a medida correta é de 40.110 Km, no Equador.Chegou a conclusão de que a terra é redonda. Em 240 a.C. escreveu a obra “Tratado Geral de Geografia”.

Os gregos aprenderam muito com os egípcios e dominaram parte do mundo conhecido que na época se restringia ao Mediterrâneo. Deixaram vários escritos sobre suas experiências e vivências geográficas Vejamos alguns exemplos de contribuições deixadas pelos gregos:

a) Estrabão (63 a.C. – 25 d.C.) especulou sobre o formato da Terra; descreveu experiências de viagens e escreveu uma obra de 17 volumes “Geographicae” que serviu para uso militar.

b) Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) concebeu a Terra com uma esfera.

c) Hiparco (190 a.C. – 125 a.C.) criou o sistema de coordenadas geográficas (paralelos e meridianos).

d) Cláudio Ptolomeu (100 d.C. – 178 d.C.) em sua obra “Almagesti” propôs que a Teoria Geocêntrica, em que a Terra seria o centro do Universo e o sol, estrelas, planetas e satélites naturais girariam ao seu redor. Seus estudos influenciaram o mundo por mais de 1500 anos (do séc. II até o séc. XIV).

e) Inventaram o Dioptra conhecido como Astrolábio que servia para medir a altura angular de uma estrela; discutiram a forma da terra e o aperfeiçoamento da Geodésia, classificação dos tipos de climas, descrição de lugares e países, estações do ano e regime dos rios.

Os romanos aproveitaram os conhecimentos geográficos dos gregos com o objetivo prático de demarcação das terras do Império Romano.

Com a decadência do Império Romano no séc.III, os árabes herdaram a geografia grega que foi traduzida para o árabe e os estudos de geografia foram aprofundados.

Durante a Idade Média, as respostas para os questionamentos a respeito do mundo passaram a ser fornecidas pela religião. A geografia perdeu força e quase desapareceu no mundo ocidental nesse período.

Impulsionada por objetivos militares, de expansão e de organização do Império Muçulmano, a geografia se desenvolveu no mundo árabe juntamente com outras áreas como astronomia, matemática e geometria. O árabe Al-Idrisi (1100 – 1166), elaborou um sistema de classificação climática; Ibn Batuta (1304-1368), através de suas viagens descobriu que as regiões quentes do mundo, ao contrário do que se pensava, eram habitáveis. Os povos islâmicos desempenharam um papel importante na expansão geográfica pelos continentes, desde o séc. VII, dominando parte da Ásia, África e da Europa.

Os europeus conheciam o oriente através dos relatos das viagens do venesiano Marco Pólo (1254-1324), ele havia cruzado a Ásia e vivido por 20 anos na China.

Nicolau Copérnico (1473 – 1543), astrônomo polonês que desenvolveu a Teoria Heliocêntrica, considerada o ponto de partida da astronomia moderna publicada na obra “De Revolutionibus orbium coelestium”(Das Revoluções das Esferas Celestes). Na obra “A geografia” se constituiu no primeiro atlas pois mapeou o mundo conhecido na época fornecendo as coordenadas geográficas de lugares importantes. Esta obra serviu de orientação geográfica durante séculos.

Johanes Kepller (1571-1630), determinou a órbita da Terra, e depois, de Marte, comprovando que elas não elas não eram circulares conforme acreditava Copérnico e, sim, eclípticas.

Glileu Galilei (1564-1642), fez o seu próprio telescópio e através dele descobriu o relevo lunar (crateras e elevações), as irregularidades da superfície e de manchas solares, e descobriu que a Via Láctea é composta por uma infinidade de constelações de estrelas. Galileu foi julgado pela inquisição e condenado à prisão perpétua por ter defendido as idéias do herege Nicolau Copérnico que dizia que a Terra era apenas mais um planeta que girava em torno do Sol (teoria heliocêntrica), e, também, por contradizer Aristóteles que afirmava que a Terra se mantinha fixa no espaço não apresentando nenhum tipo de movimento.

Isaac Newton (séc. XVII), deu sua colaboração para a astronomia ao anunciar a Lei da Gravitação Universal, que tem por objetivo explicar o movimento dos corpos celestes. Foi também o inventor do telescópio refletor ou newtoniano.

No final da Idade Média, o comércio antes restrito ao interior dos feudos, começou a ser reativado e se expandiu. As cidades também cresciam. As Cruzadas, expedições religiosas que tinham entre outros objetivos a expulsão dos muçulmanos da Palestina, contribuíram para a expansão européia em direção ao Oriente e para um maior conhecimento do continente asiático. Mas, foi só na época das grandes explorações e conquistas do séc. XV e XVI que o aperfeiçoamento de embarcações e de instrumentos de navegação como a bússola e o astrolábio e a confecção de mapas mais precisos permitiram que os navegantes se aventurassem a empreender viagens por mares nunca antes navegados. Diversos viajantes alargaram o horizonte conhecido. A descrição geográfica, o mapeamento e a cartografia, tiveram um grande avanço. Era a época das grandes navegações. Os relatos dos viajantes que voltavam das novas terras descrevendo o clima, a vegetação e os povos, denominados de trabalhos geográficos, eram estudos variados e tinham um caráter apenas descritivo. Por isso, até o final do séc. XVIII não se pode falar em geografia como ciência.

Geografia e Produção do Espaço

Geografia é a ciência do cotidiano que visa despertar no aluno competência que permitam a análise da realidade entendendo as causas, os efeitos, a intensidade, a heterogeneidade e o contexto espacial dos fenômenos que configuram cada sociedade.

Geografia e Produção do Espaço

O pensamento geográfico se desenvolveu junto com a necessidade de compreensão do mundo, ou seja, ao mesmo tempo em que a sociedade humana evoluía. Por sua vez, a compreensão de mundo se completou com o desenvolvimento da tecnologia. Este permitiu a expansão da humanidade pelos diversos continentes ampliando o conhecimento e possibilitando um maior domínio dos espaços.

O conhecimento geográfico e o desenvolvimento da Ciência geográfica estão ligados à história da humanidade, à história de suas ideologias, da apropriação e da organização territorial de suas conquistas e de suas lutas pelo poder. O espaço em diferentes contextos sociais e históricos é o objeto de estudo da geografia.

A geografia é a ciência do cotidiano, por isso, quão importante é a atitude consciente, participativa, cooperativa e crítica do cidadão, para a manutenção da saúde do espaço geográfico ocupado pelo homem.